A exposição multidisciplinar, com instalação, escultura, pintura, cartazes e vídeo, encerra ciclo de histórias da ecologia e aponta a crise ambiental como questão social.
Minerva Cuevas utiliza diversos suportes e mídias para investigar criticamente os mecanismos do capitalismo e seus impactos no meio ambiente. Para a obra Understorm, ela mergulha uma pintura garimpada em piche, que escorre pelas bordas dessa e de outras telas antigas. A manipulação evoca derramamentos de petróleo decorrentes de plataformas e navios da indústria petroquímica. O material é um derivado do petróleo, mas também remete a costumes de comunidades originárias, que o empregavam em diversos contextos.
André Mesquita é o curador e Daniela Rodrigues supervisora de mediação e programas públicos. Eles coordenam a mostra que encerra o ciclo de 2025, dedicado às Histórias da Ecologia. Nesse sentido, a exposição explora as dimensões sociais, econômicas e políticas da ecologia. Além disso, questiona como as dinâmicas de poder moldam as relações entre humanos e não humanos.
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A ecologia como questão social
“A exposição evidencia que a ecologia é, fundamentalmente, uma questão social, porque não superaremos a crise ecológica vivendo numa sociedade hierárquica. É preciso abrir uma discussão coletiva sobre nossos hábitos, costumes e valores. A arte é capaz de abrir e conduzir esse debate essencial para a ecologia”, afirma Mesquita.
O trabalho de Cuevas também apresenta o aspecto simbólico do cacau, contrastando o uso ritual com a produção industrial do chocolate. Em Feast (Banquete), ela utiliza o produto para nos levar a uma reflexão sobre as origens e mitologias mesoamericanas do cacau. Além disso, reflete sobre os processos coloniais incorporados a seu comércio global. Para tanto, a artista investigou os usos do cacau como moeda na era pré-hispânica e seu cultivo no México contemporâneo.
Seu trabalho evidencia os conflitos históricos e interesses comerciais que cercam essas atividades e mostra como pressões econômicas moldam o território e impactam as populações locais. To Rebel (Rebelar-se) subverte a embalagem de um chocolate, produto transformado num emblema do consumo global.
Sobre Minerva Cuevas
Minerva Cuevas é uma artista conceitual mexicana. Ela desenvolve projetos que dialogam com a antropologia, a história e as ciências naturais. Sua obra abrange diversos suportes e mídias, como instalação, muralismo, pintura, vídeo e performance. Fundadora da Mejor Vida Corp. (1998), corporação sem fins lucrativos, a artista se destacou internacionalmente com exposições individuais, como The River (Cc Foundation, 2024), Game Over (Museo Jumex, 2022) e SCOOP (Whitechapel Gallery, 2010).
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Informações Exposição Minerva Cuevas: Ecologia Social
Local: Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – Bela Vista
Data: 5 de Dezembro a 12 de Abril • Terças Grátis – 10:00 h às 20:00 h • Quarta e Quinta – 10:00 h às 18:00 h • Sexta – 10:00 h às 21:00 h (Entrada Gratuita – 18:00 h às 20:30 h) • Sábado e Domingo – 10:00 h às 18:00 h
Agendamento Obrigatório: Clique Aqui