A terceira temporada do Balé da Cidade de São Paulo revisita duas obras de sucesso, BIOGLOMERATA e Fôlego, com trilha original.
Para Alejandro Ahmed, diretor do Balé da Cidade de São Paulo, no projeto artístico da Companhia as remontagens marcam uma prática de continuidade e expansão dos modos de fazer e de compreender o repertório. Remontar Fôlego e BIOGLOMERATA abre a oportunidade de revisar seus parâmetros de existência. Ao mesmo tempo, aprofunda os fundamentos estruturais de cada uma das obras, tanto do ponto de vista ético quanto estético.
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BIOGLOMERATA, de Cristian Duarte
A obra terá participação da Orquestra Sinfônica Municipal, sob a batuta de Alessandro Sangiorgi, com adaptações musicais de Tom Monteiro e Carlos Bauzys. Cristian Duarte assina a coreografia, direção e espaço cênico. Aline Bonamin é a assistente de coreografia, Tom Monteiro compôs trilha original para orquestra e theremin. Carlos Bazuys responde pela orquestração, André Boll pelo desenho de luz e Diego Dac pela produção cenográfica.
Uma das mudanças para essa nova montagem foi o aumento do número de bailarinos. Duarte explica que o desafio de trabalhar mais corpos no mesmo espaço e a riqueza que cada repertório individual acrescenta à coreografia.
“Os corpos dos bailarinos funcionam como forças dinâmicas, criando configurações transitórias que envolvem a percepção contínua do público. O músico Tom Monteiro, utilizando o theremin, um dos primeiros instrumentos eletrônicos inventados e um dos poucos que pode ser tocado sem contato físico direto, estabelece também uma ética do trabalho: quando o que não se vê se torna matéria indispensável para o movimento”, explica.
Fôlego, de Rafaela Sahyoun
Fôlego foi indicada ao Prêmio APCA Dança 2022 na categoria Espetáculo. Inês Galrão é a assistente de criação, Yantó cuida da trilha original, produção musical e montagem sonora, que inclui trechos de The Field (Axel Willner), Karina Mondini é a figurinista e Aline Santini responde pelo desenho de luz. A proposta da peça incentiva a exploração da condição dos indivíduos como sujeitos sociais. Além disso, oferece uma experiência relacional alternante entre proximidade e distância. Isso ressoa e se transforma, falha, se desintegra e se renova.
Na criação de Sahyoun, a trilha sonora também é revisitada a partir da produção de Yantó. Na montagem original de Fôlego, a trilha foi construída a partir de loops de trechos de três faixas do The Field, projeto de Axel Willner. Este compositor é conhecido por criar paisagens eletrônicas minimalistas, repetitivas e hipnóticas.
“Fôlego é contágio, negociação de desejos, assimilação. Um inesgotável influxo oscilatório de acontecimentos hipnóticos de afetos. Tentativas constantes de narrativas coexistirem. O pulso na obra atua como sustentáculo: urdido por intensidades em transformação gradual. O coletivo se compõe no acontecimento latente, entre aproximações e distâncias, reverbera na insistência em escapar da imobilidade que mora na individualidade. Numa dramaturgia de força propulsora, fôlego evoca o erotismo de se estar vivo”, afirma Rafaela.
Ficha Técnica BIOGLOMERATA
Coreografia, Direção e Espaço Cênico: Cristian Duarte
Assistente de Coreografia: Aline Bonamin
Trilha Sonora: Tom Monteiro
Orquestração: Carlos Bauzys
Regência: Alessandro Sangiorgi
Ficha Técnica Fôlego
Concepção e Coreografia: Rafaela Sahyoun
Assistente de Criação: Inês Galrão
Trilha Sonora Original e Montagem: Yantó
Figurino: Karina Mondini
Desenho de Luz: Aline Santini
Informações BIOGLOMERATA e Fôlego
Local: Theatro Municipal de São Paulo
Data: 14 a 17 de Agosto • Quinta e Sexta – 20:00 h • Sábado e Domingo – 17:00 h
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